PROJETOS
CRISLAYNE GLOSS MARÃO ALFAGALI
Título do projeto: Domínio, política e cultura: relações de trabalho no Atlântico Sul (séculos XVII e XVIII)
Ano de Início: 2018
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Descrição: Este projeto faz parte da linha de pesquisa Experiências e Conexões Culturais do Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura da PUC-Rio. Trata-se de uma abordagem das diferentes modalidades e relações de trabalho que se instituíram no Reino de Angola e na América portuguesa, sobretudo nos séculos XVI a XVIII. A ênfase recai sobre as possibilidades de buscar conexões entre as estratégias de domínio, controle e exploração da mão de obra das populações locais nos dois lados do Atlântico Sul. Interessa-nos também compreender as formas de organização do trabalho dos ameríndios e Ambundos, ou seja, o próprio conceito de trabalho específico dessas sociedades e sua relação com os demais âmbitos da vida social: os ritmos e tempos de trabalho, conhecimentos e técnicas, padrões de disciplina no cotidiano dos trabalhadores. Acompanhando esse processo antes das políticas de controle coloniais setecentistas e as mudanças que elas causaram após sua implementação. Por outro lado, pretende-se conhecer como os trabalhadores do Atlântico Sul, de variada origem e condição social, vivenciaram modalidades diferentes de trabalho (não-escravo e compulsório), e elaboraram formas de resistência, negociação, (re)inventaram novas práticas culturais e de trabalho e criaram soluções para conflitos
Título do projeto: Conexões culturais e históricas entre Brasil e Angola nos arquivos do Projeto Acervo Digital Angola-Brasil (PADAB/ IHGB).
Ano de Início: 2019
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: História Social da Cultura
Descrição: O objetivo do projeto é identificar uma documentação que ainda não está completamente organizada. A reflexão da forma de como analisar e produzir os verbetes para ordenar os documentos mostrou-se uma etapa imprescindível do trabalho. A pesquisa tem se debruçado sobre a documentação do Projeto Acervo Digital Angola-Brasil (PADAB), que guarda cópias de parte da coleção do Arquivo Histórico de Angola (AHA), e possibilita ler os manuscritos oficiais (produzidos pela administração portuguesa) a partir de uma perspectiva que valoriza as experiências, nomes e trajetórias de africanos e seus descendentes. A documentação se refere às conexões entre Brasil e Angola e consiste em 108 códices organizados em ordem cronológica, datados de 1591 a 1914. Este conjunto documental é de fundamental relevância para a história do Brasil, de Angola e de suas intrínsecas relações históricas. Por isso, é preciso identificar os documentos e construir instrumentos de pesquisa, antes de estabelecermos nosso recorte temático, embora no desenrolar do processo de leitura, identificação e construção de verbetes, tenhamos recolhido informações sobre a história social dos africanos e seus descendentes. Por meio de um convênio que visa a pesquisa histórica entre Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro(IHGB) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO), o PADAB passou a ser coordenado pela professora Crislayne Alfagali (que também coordena este projeto de pesquisa), do Departamento de História da PUC-Rio. Os códices foram digitalizados em 23 DVDS e uma cópia desse material foi cedida ao Departamento de História da PUC-Rio. O objetivo da parceria é revisar instrumentos de pesquisa elaborados pelas equipes de pesquisa responsáveis pelo acervo anteriormente e fazer o inventário dos documentos ainda não inventariados, visando a disponibilização de instrumentos de pesquisa para consulta. Os resultados serão divulgados online em um site que está em desenvolvimento com este objetivo. Dessa forma, nossos esforços foram direcionados para a elaboração de formas de identificação dos documentos e divulgação do acervo. Sem deixar de lado a ideia de, ao longo da pesquisa, procurar o ponto de vista africano, como lembra Ki-Zerbo, estratégia teórica e metodológica que se tornou possível após a independência dos países africanos no pós-II Guerra Mundial e a novas universidades no continente africano. E, assim, de buscar por documentos que informem a história das diversas populações do chamado Reino de Angola, nos séculos XVII e XVIII.
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DIEGO ANTONIO GALEANO
Título do projeto: Notícias de eventos remotos: história social da circulação de informações e rumores sobre as mobilidades atlânticas, 1890-1914.
Ano de Início: 2024
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: História Social da Cultura
Financiamento: FAPERJ – Bolsa / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.
Descrição: Este projeto de pesquisa analisa a circulação de notícias e boatos sobre sujeitos em trânsito no mundo atlântico da virada do século XIX para o XX. Interroga-se pela maneira como as informações sobre a mobilidade atlântica atravessavam fronteiras e eram transformadas nos diversos contextos locais afetados pelas migrações massivas. Em diálogo com trabalhos que propuseram uma micro-história global da informação à longa distância, esta pesquisa foca sua atenção nos circuitos de propagação oral de rumores e seus ecos em determinadas práticas de escrita. Propõe-se identificar os sentidos locais dos boatos à luz de contextos específicos e do conjunto de expectativas destas sociedades migratórias. Por último, busca analisar práticas de vigilância da circulação de informação, assim como mecanismos sociais e institucionais de controle das notícias consideradas falsas e perigosas.
Título do projeto: Conexões Sul-Atlânticas: trabalho, cultura e vigilância (séc. XVIII-XX)
Ano de Início: 2024
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: História Social da Cultura
Descrição: Este projeto de pesquisa investiga as conexões culturais, intercâmbios socioeconômicos e dinâmicas transfronteiriças que marcaram a experiência dos trabalhadores ao redor do mundo atlântico. A partir desse quadro global de indagação, busca concentrar a análise em determinadas zonas de interação que envolviam as cidades portuárias do Rio da Prata (Buenos Aires e Montevidéu) e do litoral atlântico brasileiro (Rio de Janeiro e Salvador), prestando atenção aos seus contatos com outros territórios conectados pelas mesmas rotas atlânticas, em particular, o espaço caribenho e a costa ocidental africana. Ao colocar em diálogo diversas pesquisas individuais e coletivas, este projeto propõe nas palavras de Rebecca Scott uma micro-história em movimento: uma história de dimensões atlânticas, que se detém na análise densa de locais no intuito de explicar não apenas as dinâmicas macroestruturais da mobilidade humana, mas fundamentalmente os sentidos que essas circulações tinham para os diferentes sujeitos em movimento.
Título do projeto: ‘Indispensável ao comércio’. Dinheiro falso, migrações e conexões atlânticas, 1880-1940.
Ano de Início: 2021
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2024
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: História Social da Cultura
Financiamento: FAPERJ – Bolsa / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.
Descrição: Este projeto de pesquisa pretende investigar os mercados ilegais e as redes de negócio da falsificação de dinheiro no mundo atlântico. A sua abordagem transnacional, centrada na análise de redes transfronteiriças dedicadas à fabricação e distribuição de notas falsas, busca estabelecer um diálogo com estudos contemporâneos sobre mercados ilegais, migrações e vigilância policial das fronteiras. O objetivo é estudar em profundidade a trajetória de três falsificadores de papel moeda e suas estratégias de construção de redes de negócios no mundo atlântico durante a era das migrações massivas. Suas biografias apresentam traços em comum com outros falsificadores da época: migrantes europeus (um português no Brasil, uma família de italianos radicados na Argentina e outra de franceses com residência em ambas margens do Rio da Prata), todos eles especialistas em fotografia e litografia. Os três circularam por várias cidades da América do Sul, da Itália e da Península Ibérica entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, e falsificaram pesos argentinos e uruguaios, reais brasileiros, liras italianas, pesetas espanholas e dólares americanos. Para analisar essas trajetórias na perspectiva das conexões atlânticas, este projeto investiga documentação dos arquivos policiais, judiciais e diplomáticos da Itália, Espanha, Portugal, Argentina, Brasil, Uruguai, além dos registros do Serviço Secreto no Arquivo Nacional dos Estados Unidos e do fundo documental do Comitê Internacional para a Supressão da Falsificação de Dinheiro no Arquivo da Liga das Nações em Genebra.
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EDUARDO WRIGHT CARDOSO
Título do projeto: Imagens do Tempo e Tempos da Imagem
Ano de Início: 2022
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Linha de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: História Social da Cultura
Descrição: Esse projeto de pesquisa se dedica a discutir as diferentes figurações dos tempos da história e da memória na historiografia, na literatura, no cinema e nas artes plásticas contemporâneas, enfatizando temas como o anacronismo, a multiplicidade temporal e o contemporâneo. A partir desse recorte, iremos mapear e analisar as discussões contemporâneas sobre o tempo, atentos não só aos limites éticos e estéticos de sua figuração, como também para a emergência de novas formas de imaginação temporal.
Título do Projeto: A VISUALIDADE NA HISTÓRIA: AUTÓPSIA NA HISTORIOGRAFIA OITOCENTISTA BRASILEIRA
Linhas de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2018
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: Recurso fundamental para a escrita da história antiga, a visão não deixou de participar da elaboração e do desenvolvimento do conhecimento histórico na modernidade. É certo, todavia, que os pressupostos que nortearam o ‘ver’ passaram por profundas modificações. A visão é empregada não somente como um expediente que determina o contato e a relação com eventos e tempos diversos, mas ainda como recurso narrativo que atribui valores e resultados específicos para a obra historiográfica. Como objeto de pesquisas, portanto, a visualidade permite explorar inúmeras possibilidades analíticas que incluem a atuação do historiador a partir da autópsia, o valor atribuído às fontes ou testemunhos nos relatos, a legitimidade da história do tempo presente, a utilização de metáforas e recursos visuais na narrativa historiográfica, bem como o lugar do leitor e a recepção da obra.
Título do Projeto: HISTÓRIA E RETÓRICA: MODALIDADES DE APROXIMAÇÃO E CONTATO ENTRE ANTIGOS E MODERNOS
Linhas de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2018
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: As relações, contatos e distanciamentos entre a História e a Retórica nunca deixaram de inquietar historiadores e teóricos da história, bem como oradores, retores e filósofos. Se na Antiguidade o saber histórico tecia relações próximas com a prática retórica a ponto de ser possível caracterizar a historiografia antiga como uma história retoricizada, na época contemporânea esse legado e suas consequências produziram debates importantes, sobretudo, a partir da década de 1970 – momento caracterizado como “giro linguístico”, mas também denominado, sugestivamente, de “giro retórico”. O que se verifica, portanto, é que da Antiguidade aos dias atuais, História e Retórica enfrentaram tanto momentos de aproximação e contato quanto, igualmente, situações de ruptura e distanciamento. O intuito dessa pesquisa é, pois, mapear, em uma perspectiva temporal alargada, as múltiplas relações entre esses dois tipos de saberes e de construção de conhecimento, procurando destacar contatos recíprocos e reapropriações diversas.
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FELIPE AZEVEDO E SOUZA
Título do projeto: As Tredas Senzalas e a Política da Escravidão: Trabalhadores e senhores de engenho entre o Recôncavo Baiano e a Corte no século XIX
Ano de Início: 2023
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: História Social da Cultura
Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ – Auxílio financeiro.
Descrição: Foi em meados do século XIX que a produção de café definitivamente tomou o lugar da agroindústria de cana de açúcar no quadro de exportações do Brasil. A mudança, no entanto, não impactou na proeminência política de estadistas vinculados à açucarocracia baiana. Seus representantes comandaram ministérios na Corte com tal frequência nas últimas décadas do Império que comentaristas da época cunharam o termo baianismo. À frente da administração dos engenhos do Recôncavo e dos negócios do Império, esse grupo legou tirocínio e direção política à força da escravidão no país e, ao mesmo tempo, conduziu uma estrutura produtiva que buscava se modernizar sem abrir mão da exploração do trabalho de escravizados. O projeto de pesquisa aqui apresentado busca analisar como essa classe senhorial procurou arquitetar um universo de controle de seus trabalhadores tanto na esfera mais imediata de seus canaviais, quanto na dimensão político-legislativa. Evidenciará, ao mesmo tempo, a eclosão de conflitos protagonizados pelos escravizados do Recôncavo, em um cenário de intensificação da exigência por produtividade e das rápidas transformações que se operavam nos mundos do trabalho da época. A pesquisa será realizada principalmente a partir dos pouco explorados acervos pessoais de proeminentes chefes políticos do Império. Um conjunto vasto de documentação primária acondicionado em arquivos do Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Esses papéis produzidos por administradores de fazenda, chefes políticos locais e importantes lideranças partidárias registram o cotidiano das fazendas, as queixas senhoriais e projetos de administração dos trabalhadores, bem como os planos e negociações de liberdade dos próprios escravizados.
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HENRIQUE ESTRADA RODRIGUES
Título do Projeto: A UTOPIA NO TEMPO, O TEMPO NA UTOPIA: segunda fase
Linha de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2018
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: Analisar a relação entre utopia e temporalidade a partir de dois eixos: de um lado, a partir da análise de formas literárias específicas, a exemplo das obras poéticas de Orides Fontela e Haroldo de Campos; de outro, através da historicidade de uma tradição teórica que, a partir de fins do século XVIII, definiu os marcos para a temporalização da tradição utópica.
Título do Projeto: A utopia e o poema: uma história de vestígios erráticos
Linha de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2018
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2021
Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Bolsa.
Descrição: A pesquisa, com apoio do programa CAPES-Print, analisa a circulação internacional do concretismo à luz da materialidade dos poemas, com especial destaque para a multiplicidade de suas formas de inscrição – do papel em branco à escultura e paisagismo, do livro às instalações, de revistas impressas às mídias digitais. Através de uma pesquisa de fontes e arquivos literários, notadamente no Brasil, no Reino Unido e Estados Unidos, pretende-se investigar as condições de possibilidade de uma história transnacional dos vestígios erráticos do poema concreto.
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JOÃO DE AZEVEDO E DIAS DUARTE
Título do Projeto: A “narrativa filosófica” nos gêneros históricos e romanesco no Iluminismo
Linhas de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2017
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: No século XVIII, narrativa histórica e narrativa romanesca, competindo por uma audiência semelhante, aproximavam-se de várias maneiras, compartilhando elementos formais, temáticos e funcionais. Essa pesquisa parte do pressuposto de que explorar esse contexto letrado específico – que “atravessa nossas fronteiras disciplinares bem como genéricas” (Gallagher 2012, p. 634) –, é uma maneira interessante, alternativa a uma abordagem disciplinar e teleológica, de explorar questões pertinentes tanto à história da historiografia quanto à história do romance modernos, questões relativas à retórica e à construção da autoridade discursiva, aos limites da representação (do verdadeiro e do verossímil) e aos parâmetros ético-políticos e epistêmicos das narrativas histórica e romanesca. Em particular, a hipótese que se pretende testar é a de que a “história filosófica” setecentista (Momigliano 2004; Pocock 1999) e o romance do século XVIII compartilhavam um mesmo propósito pedagógico (incutir um temperamento “filosófico”, “civil” ou “polido” em seu público) e um conjunto de dispositivos retóricos comuns (entre os quais se destaca a presença de um narrador/crítico que intervém na ação narrada e orienta a atitude e juízo do leitor em relação a ela e aos personagens), que configuravam o que se poderia chamar “narrativa filosófica”. Para tanto, tomar-se-á como objetos privilegiados de investigação a produção historiográfica e romanesca de letrados setecentistas, tais como David Hume e Henry Fielding, escritores contemporâneos, notáveis tanto por sua autoconsciência retórica e acume teórico quanto por seu envolvimento com uma política e uma poética iluministas da polidez.
Título do Projeto: O que resta do Iluminismo? A historiografia frente aos desafios contemporâneos
Linha de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2024
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ – Auxílio financeiro.
Descrição: No século XXI, a pergunta o que é Iluminismo deu lugar a uma nova questão: o que resta do Iluminismo, como assinala o título de uma coletânea publicada em 2001. Os crescentes questionamentos ao modelo liberal de modernidade e seu ideal de progresso incidiam também sobre o Iluminismo, visto, segundo uma narrativa construída pela historiografia das ideias do século XX, como sua matriz histórico-ideológica. Essa grande narrativa tem, porém, perdido sua capacidade de convencimento. Nos últimos 40 anos, enquanto a pesquisa especializada produzia uma desconcertante fragmentação de iluminismos heterogêneos, vertentes contemporâneas do pensamento crítico (pós-moderno, feminista, pós-colonial, ambiental) renovavam as contestações ao seu pretenso caráter emancipatório, denunciando as contradições e pontos-cegos do universalismo iluminista, seu eurocentrismo e relações ambivalentes com o colonialismo, imperialismo e devastação ambiental. Entretanto, o Iluminismo não desapareceu do cenário dos debates contemporâneos e continua tendo um papel importante tanto no âmbito da pesquisa especializada, quanto naquela de outras disciplinas e em debates mais amplos a respeito do futuro da democracia, dos efeitos sociais e ambientais da técnica ou do estatuto da religião na vida contemporânea. Se o Iluminismo é uma herança incontornável, o atual momento histórico e historiográfico abre, porém, a possibilidade de estabelecer novos entendimentos sobre ele, distintos da mera reafirmação apologética da grande narrativa liberal. Em diálogo com a historiografia recente do Iluminismo, este projeto procura explorar a questão da sua atualidade. A hipótese é que são justamente as contradições, apontadas pela crítica teórica, e a pluralidade, ressaltadas pela pesquisa especializada, que fazem do Iluminismo um passado presente. Se o Iluminismo ainda faz sentido, no mundo contemporâneo, é mais por suas contradições e hesitações, polifonia e ambivalência, do que por suas certezas.
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JOÃO MASAO KAMITA
Título do Projeto: Affonso Eduardo Reidy e Carmen Portinho: parcerias e projetos
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2023
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ – Bolsa.
Descrição: Affonso Eduardo Reidy e Carmen Portinho: parceria e projetos. O arquiteto e a engenheira urbanista foram figuras seminais da arquitetura moderna no Brasil, desenvolvendo projetos marcantes na cidade do Rio de Janeiro, especialmente, no campo da habitação social. Obras como o Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Morais Pedregulho , em Benfica, e Conjunto Marques de São Vicente, na Gávea, são marcos indiscutíveis na paisagem carioca e representativos de um contexto histórico em que Estado e arquitetura formularam programas e desenvolveram iniciativas de cunho social para suprir a demanda por habitação na cidade do Rio de Janeiro. Reidy era funcionário público da Prefeitura do Distrito Federal/PDF – desde 1931 e se notabilizou também por outras obras de igual destaque como Teatro de Marechal Hermes, Colégio Brasil-Paraguai, Museu de Arte Moderna do Rio MAM/Rio e urbanização do Parque do Flamengo. Já a atuação marcante de Carmen Portinho se deu, entre 1947 e 1960, à frente do Departamento de Habitação Popular – DHP/PDF, estando à frente de outros projetos habitacionais, além dos acima referidos, como o Conjunto Residencial Paquetá e o Conjunto Residencial de Vila Isabel. A ação dos dois se deu, como mencionado, no âmbito da Prefeitura do Distrito Federal, portanto, em orbita relativamente independente da esfera do Ministério da Educação e Saúde, órgão Federal que abrigou muito dos principais protagonistas do modernismo oficial como Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Mario de Andrade, Carlos Drumond de Andrade, Rodrigo Mello Franco Andrade, Portinari, Villa Lobos, entre outros. Formando uma espécie de constelação aparte, tinham no urbanismo e nos programas coletivos para cidade sua principal plataforma. Pode-se dizer que formavam uma linha mais direta com os preceitos ideológicos do Movimento Moderno internacional ao defender a vocação social da arquitetura, inserindo aí uma relativa diferença em relação à linha da arquitetura brasileira que se tornou mais célebre, a das invenções plásticas capitaneada por Oscar Niemeyer. Trata-se de uma retomada de tema de pesquisa iniciado na década de 1990, que resultou na dissertação de mestrado: Experiência Moderna e Ética Construtiva: a arquitetura de Affonso Eduardo Reidy, defendida em 1994. Além da incorporação de novas fontes documentais, a pesquisa pretende fazer a inclusão do acervo de Carmem Portinho e reavaliar sua participação no processo de construção da história da arquitetura no Brasil.
Título do Projeto: Critica de Arte/Critica de Arquitetura
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2023
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ – Bolsa.
Descrição: A crítica de arte e de arquitetura parecem se encontrar num beco sem saída. Se afirmam suas prerrogativas, são acusadas de elitismo e eurocentrismo. Se, ao contrário, se negam a exercer seu juízo crítico, se mostram reféns de discursos retóricos externos ao compromisso com sua própria historicidade. Nas artes a questão é contundente, quando museus e demais instancias que cumpriam papel de mediação (dentro das quais se inclui a crítica) perdem sua função de estabelecer critérios qualitativos de seleção e diferenciação (como qualquer critério seletivo, a qualidade é também um critério de poder) frente a pressão das agendas contemporâneas que as acusam de invisibilizar culturas locais, raças e gêneros subalternizados. Na arquitetura, a crítica como inscrição no debate público certamente é gênero mais rarefeito, de oportunidades raras e episódicas, mas se mostra mais constante e ativa em instâncias específicas como a Academia, mantendo sua autonomia relativa na medida em que as universidades, em tese, seriam o lugar do entrecruzamento entre teoria e prática e menos vulneráveis as coerções do mercado da construção. Uma das dificuldades da crítica hoje é como articular as questões de linguagem com o discurso cultural que arquitetos e artistas fazem questão de comunicar em obras edilícias e textuais, como verdadeira condição para o viver contemporâneo. O dilema é: as obras têm fala própria ou apenas representam palavras alheias, recaindo na condição de suportes de representação de retóricas externas.
Título do Projeto: Atlas do Chão
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2021
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2023
Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ – Bolsa.
Descrição: Um atlas infinito. Com uma dimensão ficcional correspondente à ambição desvairada de mapear o chão do mundo, nas suas múltiplas dimensões e sentidos. Identificar situações críticas em que a potência do chão se revela. Tornar visível criticamente ações e práticas que envolvem cuidados com o chão. Especular sobre outras possíveis configurações territoriais. Inspirar novas ideias, projetos e pensamentos, modos de ativar e honrar o chão à revelia da sua apropriação como mercadoria. Restituir sua plena potência como ser vivente, feito da contínua interação entre múltiplas espécies. Como mundo, em que inúmeros tempos, organismos, agentes, forças geopolíticas e lógicas de territorialização, domínio e poder se cruzam. E como arquivo do mundo, no qual todas as ações (humanas, não humanas, mais que humanas) de algum modo se inscrevem, deixando marcas. Sem deixar de considerar também o que é construir um atlas do chão hoje, no Brasil. Ou a partir do Brasil, hoje. Nesta encruzilhada onde as desigualdades herdadas da violência colonial se expressam como nunca no corpo em que pisamos cotidianamente, sobre o qual erguemos nossas casas, onde enterramos nossos mortos e do qual depende a habitabilidade do planeta. Mas onde também, junto com as ameaças crescentes provocadas pela urbanização descontrolada, a pavimentação extensiva, o extrativismo predatório, o agronegócio, o desmatamento, ainda podemos ouvir a floresta, na voz firme e doce de Ailton Krenak: ”Pise suavemente sobre o chão”
Título do Projeto: Arte, Memoria e Patrimônio
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2021
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: Descrição: A pesquisa pretende investigar as relações contemporâneas das artes com a memória, o monumento e o patrimônio. O seu recorte temporal abrange do final do séc. XIX, quando as políticas de patrimônio se afirmam como políticas dos Estados e a primeiras formulações teóricas surgem, chegando às produções contemporâneas, com ênfase nos memoriais que foram construídos após a queda do Muro de Berlim, em 1989. Para tanto, terá como recortes de pesquisa:- Teorias patrimoniais e seus textos fundadores. – Lugares de memória e a função do esquecimento- Memoria, identidade social e a política dos monumentos- Instituições culturais responsáveis pela guarda da memória (museus, arquivos, centros de memória)- Patrimônio no Brasil e documentos da área- Patrimônios do Rio- Obras de artistas e arquitetos modernos e contemporâneos propositores de novos monumentos.
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JUÇARA DA SILVA BARBOSA DE MELLO
Título do Projeto: Lusotropicalismo e democracia racial na história escolar: conexões, rupturas e continuidades no espaço atlântico
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de início: 2019
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: No Brasil, o advento da Lei 10.639/03 significou um avanço ao tornar obrigatório o ensino de história da África e cultura afro-brasileira na escola básica. No entanto, longe de representar a solução das diversas questões que envolvem essas temáticas no ensino da história escolar, significou a intensificação dos debates e ações no sentido de contestar a noção de democracia racial, por tanto tempo reproduzida por meio de conteúdos curriculares e textos didáticos. Nesse país, reconhecidamente plurirracial, o equívoco da ideia de relações sociais isentas de violências e hierarquias fundamentais, alcançou reconhecimento pelo Estado brasileiro somente no final do século XX. De lá para cá testemunhamos a implementação de uma série de políticas afirmativas visando a diminuição da histórica desigualdade entre brancos e negros, decorrentes sobretudo da permanência de estereótipos e estigmas da escravidão. A partir de uma série de problematizações relativas à nossa cultura e identidade, postas em relevo com o advento da Lei n. 10.639/03, pretende-se revisitar um pensamento que foi corriqueiro nos anos de 1920-30. Quem nós somos? Mais ainda, pretende-se desvendar, em seus percursos escolares, os processos conflitivos de produção, mediação e recepção do conhecimento histórico e cultural (cultura histórica) forjada a partir desse pensamento. Por meio de quais processos, ao longo de várias décadas, foram sendo constituídas culturas históricas escolares, ao nosso ver, em grande medida, responsáveis por percepções do passado histórico sedimentadas pela memória social. Nesse sentido, importa-nos desvendar aspectos da colonialidade do saber estruturantes do processo de consolidação do conhecimento histórico escolar no Brasil, suas possíveis relações com a retórica do discurso da democracia racial e do lusotropicalismo freyreano por um lado, e por outro, as tensões e contradições simultaneamente presentes no âmbito da cultura escolar. Ademais, tendo em vista o caráter de transnacionalidade do pensamento freyreano, para quem nações e Estados eram concepções limitadas (PINTO:2009), buscar-se-á analisar, numa perspectiva conectada (SUBRAHMANYAM: 1997), a retórica do discurso do lusotropicalismo claramente presente nos projetos de educação e cultura do governo português destinados às Províncias de Ultramar a partir da década de 1950.
Título do Projeto: ACERVO DIGITAL DA HISTÓRIA E CULTURA SWAHILI DO NORTE DE MOÇAMBIQUE: EXPERIÊNCIAS DE INCLUSÃO SOCIAL POR MEIO DO ENSINO DE HISTÓRIA E DA CULTURA E DAS MÍDIAS DIGITAIS (BRASIL-MOÇAMBIQUE)
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de início: 2015
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: Este projeto foi elaborado em parceria com pesquisadores do centro de estudos africanos da universidade Eduardo Mondlane (Moçambique) e apresentado ao edital mcti/cnpq nº 46/2014 – programa de cooperação em ciência, tecnologia e inovação com países da África – proáfrica. O projeto tem por objetivo principal desenvolver uma pesquisa sobre a história e a cultura swahili do norte de Moçambique e refletir como a pesquisa e o ensino de história e das culturas africanas e a preservação do patrimônio cultural de populações historicamente marginalizadas podem se configurar estratégias de promoção da inclusão social no brasil e em Moçambique.
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LARISSA ROSA CORRÊA
Título do Projeto: Militância católica operária em perspectiva transnacional: a circulação de padres operários entre a Europa e a América do Sul (décadas de 1960 e 1970)
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2024
Natureza do Projeto: PESQUISA
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: Este projeto tem como objetivo aprofundar e ampliar a pesquisa em andamento, sob o financiamento do CNPq, sobre a atuação dos padres operários em circulação entre a Europa e a América do Sul, durante as ditaduras militares, nas décadas de 1960 e 1970 e os períodos de conflitos políticos-sociais que antecederam os golpes de Estado. Com base nos resultados da investigação sobre a atuação dos padres operários no Brasil durante a ditadura militar, percebeu-se a possibilidade de ampliar a análise para além das fronteiras brasileiras, observando que o movimento missionário de padres operários não se restringiu ao Brasil. Nota-se a presença de padres operários e padres comunitários atuantes nas favelas (curas villeros), nas zonas industriais e rurais em vários países da região. A proposta consiste nos seguintes objetivos: 1- continuar a mapear a presença desses clérigos no Brasil (1962-1976) e incluir o mapeamento na Argentina (1966-1973/ 1973-1974) e no Chile (a partir de 1973); 2- compreender a atuação deles, em perspectiva transnacional e comparada; 3- estabelecer possíveis conexões, observar as singularidades, bem como os aspectos comuns das experiências voltadas ao trabalho missionário focado na organização da classe operária e suas comunidades, evangelização dos trabalhadores e resistência às ditaduras militares. Ademais, este enfoque temático busca contribuir para a historiografia voltada para os estudos interessados em compreender as similaridades e diferenças entre os regimes militares, bem como entre os períodos que antecederam as ditaduras, os arranjos institucionais e jurídicos dos processos repressivos instaurados em cada país. Por fim, me interessa não apenas compreender o movimento transnacional do ativismo católico, mas, sobretudo, a relação entre os clérigos e os trabalhadores locais por meio das relações cotidianas travadas nas comunidades e nas fábricas.
Título do Projeto: Entre a batina e a linha de montagem: a atuação de padres operários estrangeiros durante a ditadura militar brasileira
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2022
Natureza do Projeto: PESQUISA
Financiamento: FUNDACAO CARLOS CHAGAS FILHO DE AMPARO A PESQUISA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-FAPERJ
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: A proposta deste trabalho é analisar as relações entre a Igreja Católica, os trabalhadores e o regime militar, no contexto das disputas político-ideológicas travadas durante a Guerra Fria, entre os anos de 1964 e o final da década de 1970.Mais especificamente, procura se investigar a atuação dos chamados padres operários, vinculados aos setores mais progressistas da Igreja Católica e identificados pelas suas ações de oposição à ditadura. Durante a primeira metade da década de 1960, há um movimento expressivo de padres, a maioria deles estrangeiros, particularmente oriundos da França e Bélgica e comprometidos com a questão social, que se estabelecem em diferentes regiões carentes do país. Pretende-se analisar a atuação dos padres operários na região da Baixada Fluminense e do município de Volta Redonda, localizado na região sul fluminense do estado do Rio de Janeiro, nas áreas consideradas periféricas do cinturão industrial de São Paulo (Osasco e Guarulhos) e nos arredores da cidade de Recife, Pernambuco. Embora possamos identificar em nossa historiografia uma larga produção sobre a Teologia da Libertação e sua relação com os movimentos sociais, ainda não temos uma história do papel dos padres operários no Brasil analisada de forma sistemática e em profundidade. Nesse sentido, busca-se compreender o perfil desses padres, como eles se relacionavam com os trabalhadores e as comunidades católicas da região, suas conexões internacionais, o impacto de suas atividades e como foram alvo do aparato repressivo do Estado autoritário. Para tanto, serão pesquisados os arquivos da repressão, sobretudo os da polícia política (Dops/ Deops) de cada região e do Sistema Nacional de Informação (SNI), arquivos das organizações católicas e sindicais na França e Bélgica, entre outros acervos internacionais, periódicos, documentos oriundos das comunidades eclesiásticas e de organizações clandestinas de combate à ditadura militar.
Título do Projeto: Relações sindicais Estados Unidos e América Latina: a atuação do sindicalismo norte-americano nas ditaduras militares do Brasil, Argentina e Chile
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2015
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: De modo geral, este projeto busca investigar a formulação da política internacional e atuação da maior central sindical norte-americana – AFL-CIO – no Brasil, Argentina e Chile, por meio da observação das atividades do Iadesil, uma organização sindical criada em 1961 pela confederação sindical norte-americana, com fundos do programa Aliança para o Progresso e de grandes companhias norte-americanas. A pesquisa irá se limitar às décadas de 1960 e 1970, com foco nos períodos anteriores e posteriores aos golpes militares nessas regiões. No Brasil, chama a atenção o papel dos círculos operários católicos na batalha para combater o avanço do comunismo no movimento sindical na primeira metade dos anos 1960 até meados da década de 1970. Nesse contexto, destaca-se os cursos de formação sindical para operários, realizados com fundos do programa Aliança para o Progresso coordenados pelo Padre Pedro Belisário Velloso Rebello, reitor da PUC-Rio entre os anos de 1951 a 1956 e novamente de 1972 a 1976. Como parte desta pesquisa mais ampla, busco envolver os alunos de graduação na pesquisa dos conjuntos documentais localizados no Núcleo de Memória da PUC-Rio, a fim de analisar as atividades sindicais realizadas nesta Universidade nos anos 1960 e 1970. Procura-se ainda incentivar os alunos de graduação a produção de pesquisas sobre os temas relacionados a este projeto de pesquisa, que poderão resultar em monografias e projetos de iniciação científica.
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LEONARDO AFFONSO DE MIRANDA PEREIRA
Título do Projeto: Conexões Sul-Atlânticas: trabalho, cultura e vigilância (séc. XVIII-XX)
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2024
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Auxílio financeiro.
Descrição: Este projeto de pesquisa investiga as conexões culturais, intercâmbios socioeconômicos e dinâmicas transfronteiriças que deram forma ao mundo atlântico. A partir desse quadro global de indagação, busca concentrar a análise em determinadas zonas de interação que envolviam as cidades portuárias do Rio da Prata (Buenos Aires e Montevidéu) e do litoral atlântico brasileiro (Rio de Janeiro e Salvador), prestando atenção aos seus contatos com outros territórios conectados pelas mesmas rotas atlânticas, em particular, o espaço caribenho e a costa ocidental africana. Ao colocar em diálogo diversas pesquisas individuais e coletivas, este projeto propõe nas palavras de Rebecca Scott uma micro-história em movimento: uma história de dimensões atlânticas, que se detém na análise densa de locais no intuito de explicar não apenas as dinâmicas macroestruturais da mobilidade humana, mas fundamentalmente os sentidos que essas circulações tinham para os diferentes sujeitos em movimento.
Título do Projeto: Urbanidades negras: trabalhadores afrodescendentes e a construção social da cidade moderna – Rio de Janeiro e Buenos Aires, 1876-1922
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2023
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ – Auxílio financeiro / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.
Descrição: Entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX, muitas das grandes capitais da América do Sul experimentaram reformas urbanas que visavam afirmar sua marca moderna e cosmopolita, em consonância com o que seria a realidade das grandes capitais europeias. No Rio de Janeiro e em Buenos Aires, em especial, tais reformas afetaram de maneira particularmente dramática os grupos afrodescendentes que habitavam a região central da cidade. Era o caso dos chamados ?bairros do tambor?, em Buenos Aires, que compreendia Montserrat, San Telmo e Concepción; e da chamada ?Pequena África?, no Rio de Janeiro, que abarcava o Morro da Providência e os bairros da Cidade Nova e da Saúde. Embora pensados em geral como simples vítimas deste processo, os muitos afrodescendentes que habitavam tais regiões não ficaram inertes frente a ele. Negociando com o ideário destas reformas, trataram de lutar por seu direito à cidade, disputando os sentidos do universo urbano que habitavam. Acompanhar estas disputas, assim como suas consequências para a reconfiguração da realidade urbana das duas capitais, é o objetivo deste projeto.
Título do Projeto: Da Providência à Favela: os trabalhadores cariocas no processo de ocupação de um morro da região portuária (1881-1924)
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2023
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2023
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.
Descrição: Localizado na região portuária do Rio de Janeiro, o Morro da Providência tem papel central nas análises habituais sobre a formação das favelas na cidade. Ainda que fosse habitado por trabalhadores pelo menos desde a década de 1880, a ocupação do morro costuma ser associada à chegada das tropas que voltavam da Guerra de Canudos, em meados da década de 1890. A partir desse momento, o morro passaria a ser conhecido como a Favela, e começariam a se formar os estigmas que viriam a marcar esse tipo de moradia informal nos morros da cidade. Frente ao papel simbólico deste morro na configuração do processo de estigmatização das favelas ao longo das décadas seguintes, cabe investigar como os próprios habitantes do local lutaram para legitimar seu espaço de moradia entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do XX, participando de forma própria do processo de criação de certas imagens para a localidade.
Título do Projeto: Conexiones atlánticas: trabajadores, sociabilidades y circuitos culturales en la America del Sur (1830-1930)
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2016
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO – 2023
Financiamento: Fundação Ford – Auxílio financeiro
Descrição: Este projeto pretende viabilizar o intercãmbio acadêmico entre pesquisadores que desenvolvem investigações originais sobre o universo das trocas e conexões culturais ocorridas no sul-atlântico entre 1830 e 1930. Sua proposta é a de articular pesquisadores vinculados a universidades do Brasil, Argentina e Uruguai, incorporando ainda pesquisadores latino-americanistas que atuam nos Estados Unidos, a fim de criar um grupo de trabalho transnacional centrado no estudo da sociabilidade entre os trabalhadores nos circuitos do Atlântico sul-americanos dentro deste período. Com isso, pretende-se estimular a produção de novas investigações comparadas, conectadas e transnacionais no campo da história social da América do Sul.
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MARIA ELISA NORONHA DE SÁ
Título do Projeto: Repensando a mestiçagem na Iberoamérica nas décadas finais do séc. XIX: contranarrativas e interpretações
Linha de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2024
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: O projeto insere-se no âmbito da história intelectual e tem como proposta pensar a questão da mestiçagem a partir da análise dos discursos de alguns intelectuais latino-americanos, nas décadas finais do século XIX. Esses discursos se configuram como diagnósticos sobre o continente e as nações americanas, naquele final de século, e neles a mestiçagem era geralmente avaliada como um grande obstáculo a ser superado por uma intelectualidade desejosa de alcançar a civilização e o progresso, mas também havia os que questionavam e denunciavam os argumentos racistas. Associada quase sempre às ideias de decadência e degeneração, a mestiçagem impõe-se então como tema central, remetendo a impasses e questionamentos cruciais diante do dilema de conciliar uma realidade social de ampla miscigenação, com a crença na civilização como valor essencial e necessário à construção de uma nação e de seu povo. Estaria esta América mestiça condenada à barbárie, comprometendo irremediavelmente qualquer esforço de civilização? Seria possível pensar na mestiçagem como elemento positivo de singularidade e identidade? Em suma, seria possível conciliar mestiçagem com progresso e civilização? Para responder a estas perguntas a pesquisa se propõe a ampliar o espectro dos letrados e intelectuais que serão trabalhados, para enfatizar aqueles que construíram uma espécie de contranarrativa, que questionaram não só a existência de raças, mas que ressignificaram a partir disso o próprio conceito de mestiçagem, produzindo reflexões na direção de contestar o pensamento cientificista hegemônico da época.
Título do Projeto: Discursos raciais e diagnósticos sobre as nações americanas na segunda metade do séc. XIX
Linha de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2020
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2023
Financiamento: FAPERJ – Bolsa / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.
Descrição: O projeto insere-se no âmbito da história intelectual e tem como proposta pensar a questão da raça a partir da análise de discursos de alguns intelectuais latino-americanos, nas décadas finais do século XIX, como Domingo Faustino Sarmiento e Silvio Romero. Estes discursos raciais configuraram-se como diagnósticos sobre o continente e as nações americanas, naquele final de século, quando o conceito de raça, já utilizado com certa frequência a partir do século XVII, na Europa, ganhou terreno com o cientificismo oitocentista e as novas teorias raciais que combinavam antropologia, fisiologia, evolucionismo e métodos antropométricos. Este é um momento no qual as Américas ganham destaque como um grande laboratório, lugar privilegiado de interação biológica, social e cultural entre os diversos grupos que compunham aquelas sociedades, conformando um radical processo de racialização. Nesses diagnósticos a diversidade racial era geralmente avaliada como um grande obstáculo a ser superado por uma intelectualidade desejosa de alcançar a civilização e o progresso; mas também havia os que questionavam e denunciavam os argumentos racistas, notadamente no que dizia respeito à condenação da mestiçagem.
Título do Projeto: Representações espaciais, temporalidades e construção da nação no Brasil, Argentina e Chile no século XIX: os conceitos de sertão, pampa e Araucania
Linha de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2019
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2023
Financiamento: FAPERJ – Bolsa / FAPERJ – Auxílio financeiro / CNPq – Bolsa.
Descrição: Este projeto de pesquisa pretende investigar, numa perspectiva transnacional e comparada, os conceitos de sertão, pampa e Araucania, no contexto de construção dos estados nacionais do Brasil, Argentina e Chile, ao longo do século XIX. Nos debates sobre que projetos de Estado e nação deveriam ser implantados, estas representações espaciais serão amplamente mobilizadas, e aparecerão recorrentemente relacionadas às ideias de barbárie e civilização, constituindo-se em um dos temas principais da linguagem política da época. Identificados à ideia de deserto, de vazio a ser preenchido, e como espaços que tinham de ser domados, ocupados ou eliminados, aparecem fortemente associados a imagens negativas, como a selvageria, o atraso, a ausência de res-publica, de governo, de ordem, de leis, de população, de educação, de luzes, em oposição ao litoral, às cidades, sempre associadas à civilização, ao progresso, ao lugar da ordem e carregadas de positividade. Neste contexto, esses conceitos ultrapassam a sua mais óbvia dimensão espacial e aparecem temporalizados, vinculados a uma concepção de tempo histórico linear e do progresso e carregados de projeções, imaginações, expectativas, valores e relacionados a diferentes temporalidades e experiências temporais.
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MAURÍCIO BARRETO ALVAREZ PARADA
Título do Projeto: Ensino de História e Figurações do Tempo
Linha de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2024
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: O ensino de História desempenha um papel fundamental na formação crítica dos indivíduos, permitindo a compreensão das múltiplas temporalidades que estruturam o passado e influenciam o presente. O projeto “Ensino de História e Figurações do Tempo” busca investigar como o tempo é representado, ensinado e compreendido no contexto educacional, analisando diferentes abordagens teóricas, metodológicas e didáticas. A pesquisa parte do pressuposto de que o conceito de tempo não é homogêneo, mas sim construído a partir de diversas interpretações históricas, culturais e epistemológicas. Nesse sentido, pretende-se explorar as formas como os professores trabalham as figurações do tempo em sala de aula, bem como os desafios e possibilidades dessa abordagem no ensino básico e superior. Além disso, o projeto examina os materiais didáticos, as narrativas históricas e os recursos pedagógicos utilizados para mediar a compreensão do tempo histórico pelos estudantes. O objetivo é contribuir para o aprimoramento das práticas de ensino, fornecendo subsídios para uma abordagem mais reflexiva e dinâmica da temporalidade na História.Com base em uma análise interdisciplinar, que dialoga com a historiografia, a filosofia da história e a educação, esta pesquisa pretende aprofundar a reflexão sobre a construção do conhecimento histórico na escola e suas implicações na formação da consciência histórica dos alunos.
Título do Projeto: Homens em trânsito: imigrantes, exilados e viajantes no século XX
Linha de Pesquisa: TEORIA, HISTORIOGRAFIA E HISTÓRIA INTELECTUAL
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2016
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: Os estudos sobre as narrativas de exílio, de imigrações e de viajantes tem crescido nas últimas décadas. Historiadores e cientistas políticos tem apontado suas analises para diversas direções, o deslocamento como fenômeno político ou indicar as dimensões culturais das experiências de transito transnacional. As imigrações, as diásporas e os exílios deixaram marcas profundas na cultura do século XX. Essas experiências de deslocamento foram fontes de extraordinárias produções intelectuais, teceram laços importantes entre linguas e literaturas, retirando-as de seus enclausuramentos nacionais, misturando-as e lhes dando uma dimensão cosmopolita e supranacional. Uma história do pensamento crítico no século XX não pode ignorar a contribuição dos intelectuais exilados. Aqueles que viveram o que viveram o desterro foram os analistas mais agudos, por sua instabilidade e sua condição de outsiders, da violência dos tempos sombrios do último século. É sempre difícil encontrar o limite entre a imigração e o exílio, através de relatos, autobiografias ou diários é possível atestar a condição de uma viagem movida pela perseguição e pela intolerância política, religiosa ou étnica. Entre 1929 e 1945 entraram no Brasil cerca de 465.000 estrangeiros, muitos chegaram na condição de exilados, fugidos das perseguições políticas na Europa e da crise econômica do entre guerras. Os portugueses constituíram um fluxo de deslocamento constante e vigoroso desde o início do século e mais de 900.000 vieram para o Brasil entre 1904 e 1933. O pico de deslocamento de italianos se deu entre 1904 e 1913, e estima-se que, a partir de 1933, 16.000 alemães e austríacos encontraram refúgio no país. Esse projeto tem como propósito mapear e analisar narrativas de deslocados em transito no Brasil durante o século XX.
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REGIANE AUGUSTO DE MATTOS
Título do Projeto: Batuques da terra, ritmos do mar: circulação de pessoas e intercâmbio de saberes, práticas e produtos no Oceano Índico.
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2024
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.
Descrição: As sociedades africanas do norte de Moçambique atuavam em contatos constantes entre si e com aquelas localizadas no Oceano Índico, construindo redes sociais, culturais, políticas e econômicas, por meio dos intercâmbios de saberes, práticas e produtos dados pelo parentesco, comércio e expansão do Islã. Este projeto tem como objetivo investigar especificamente esses intercâmbios a partir de expressões musicais com o recorte em grupos das Ilha de Moçambique e seu hinterland (parte frontal do continente), que inclui Lumbo, Mossuril e Sancul, a partir do século XIX. Partindo dos batuques da terra dos macuas e dos ritmos do mar, como os batuques de réua, maulides e dtiqiri das confrarias muçulmanas, pretendo investigar e acessar as conexões históricas e culturais construídas através do Oceano Índico.
Título do Projeto: Conexões históricas no Índico: a circulação de pessoas e o intercâmbio de saberes, práticas e produtos
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2020
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2024
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.
Descrição: As sociedades africanas do norte de Moçambique atuavam em contatos constantes entre si e com aquelas localizadas no Oceano Índico, construindo redes sociais, culturais, políticas e econômicas, por meio das relações de lealdade, do comércio e do Islã. Este projeto tem como objetivo estudar a dinâmica das relações entre diferentes sociedades do litoral e do interior do norte de Moçambique e as de Zanzibar, Comores e Madagascar, durante o século XIX, na perspectiva da sua integração em espaços de circulação de pessoas e de intercâmbio de saberes, práticas e produtos.
Título do Projeto: ConstelAções Transatlânticas: Conexões culturais entre a comunidade Boca do Mato – RJ e Ilha de Moçambique – MZ
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2019
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2024
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Auxílio financeiro.
Descrição: O projeto tem por objetivo realizar uma pesquisa sobre as histórias e manifestações culturais da comunidade Boca do Mato no Rio de Janeiro e Cidade Macuti na Ilha de Moçambique e refletir sobre os diferentes processos históricos de marginalização social e racial enfrentados e que se manifestam inclusive na ocupação desses espaços físicos. Para isso, a equipe do projeto realizará uma pesquisa de campo entre as populações locais e em arquivos, bibliotecas, centros de estudos e culturais, associações que abriguem documentos referentes às histórias e manifestações culturais dos grupos e espaços envolvidos. Para expressar os resultados do trabalho de pesquisa conjunto entre a equipe de pesquisadores, brasileiros e moçambicanos, e as populações da comunidade Boca do Mato e da Cidade Macuti, recorreremos à criação de um Atlas de Imagens seguindo o método encontrado nos estudos do historiador alemão Aby Warburg (1886-1929). A presente pesquisa terá como objetivo a produção de um Atlas com constelações de imagens em três formatos (exposição, e-book e banco de dados digital) que aproximem diferentes experiências na comunidade Boca do Mato e da Cidade Macuti. A reunião das imagens em um atlas apresenta-se como um método eficaz tanto de levantamento e criação de arquivos dessas duas comunidades, quanto de produção de narrativas e de leituras no interior de cada agrupamento imagético. Assim como no método proposto por Warburg, as imagens que irão compor as constelações do atlas aqui proposto não se limitam apenas a fotografias ou desenhos. Podem ser adicionados frames de vídeos, fotografias de documentos, imagens de jornais, mapas, transcrições de relatos, fotografias feitas de outras fotografias, ou seja, uma infinidade de recursos e linguagens.
Título do Projeto: ACERVO DIGITAL DA HISTÓRIA E CULTURA SWAHILI DO NORTE DE MOÇAMBIQUE: Experiências de inclusão social por meio do ensino de história e da cultura e das mídias digitais (Brasil-Moçambique)
Linha de Pesquisa: EXPERIÊNCIAS E CONEXÕES CULTURAIS
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Data de Início: 2015
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Auxílio financeiro.
Descrição: Este projeto foi elaborado em parceria com pesquisadores do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique) e apresentado ao Edital MCTI/CNPq Nº 46/2014 – Programa de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação com Países da África – PROÁFRICA. O projeto tem por objetivo principal desenvolver uma pesquisa sobre a história e a cultura swahili do norte de Moçambique e refletir como a pesquisa e o ensino de história e das culturas africanas e a preservação do patrimônio cultural de populações historicamente marginalizadas podem se configurar estratégias de promoção da inclusão social no Brasil e em Moçambique.
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SÉRGIO BRUNO GUIMARÃES MARTINS
Título do Projeto: O objeto evanescente: a reorganização da pintura e da escultura na arte do pós-guerra
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2023
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ – Bolsa / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa.
Descrição: O presente projeto visa investigar as condições que permitiram a reorganização dos campos da prática pictórica e escultórica na arte do pós-guerra a partir de uma hipótese teórico-historiográfica ora denominada “objeto evanescente”, cuja base conceitual deriva da discussão do “mediador evanescente” por parte do crítico literário norte-americano Frederic Jameson. Para o crítico, o “mediador evanescente” deve ser pensado como “um agente catalítico que permite uma troca de energias entre dois termos mutuamente excludentes”, e com isso desempenha um importante papel de mediação em determinados momentos de transição histórica, mas que tende a sair de cena uma vez terminado seu papel histórico. De forma análoga, o presente projeto parte da hipótese de que a profusão de categorias oriundas do termo “objeto” que surgem nos anos 1950 e 1960, antes de apontar para um abandono por completo dos meios da pintura e da escultura, permite que estes saim de cena temporariamente para retornar posteriormente, mas em bases outras que as da teoria e da crítica de arte de cunho modernista. Atentando para os casos específicos da pintura na obra de Antonio Dias e da escultura na obra de Tunga e de José Resende ao longo dos anos 1970, o presente projeto pretende investigar em que medida a relação destes artistas com o conceito de objeto contribui para mediar uma tal passagem histórica.
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OTAVIO LEONIDIO RIBEIRO
Título do Projeto: Ocupações: A Necessidade de Morar. Uma pesquisa sobres as Ocupações no Centro de Porto Alegre entre os Anos 2000 e 2021
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2021
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: A pesquisa estuda as ocupações no período compreendido entre 2001 e 2024. Aborda aspectos arquitetônicos e inserções urbanas, formação histórica, movimentos sociais de luta pela moradia, estratégias adaptativas para adequar os espaços ocupados, tipos de intervenção, tipologias arquitetônicas, espaços de geração de renda-produção do comum, cultura. Contribui para o entendimento das relações possíveis entre direito à cidade, à moradia digna e as ocupações a partir da análise de casos concretos que ocorreram na cidade de Porto Alegre neste período. Tem como metodologia o clássico análise-síntese: registrar, analisar cada uma dessas ocupações individualmente, e elaborar análises comparadas com as outras ocupações. Simultaneamente, realiza um diálogo com alguns outros exemplares de outras capitais brasileiras. Posteriormente, no momento de síntese são expostos os resultados. Busca-se ainda um enfoque metodológico participativo, dialógico, integrando os membros e coordenações das ocupações, registrando suas experiências, em todas as etapas da pesquisa. Analisa ainda também através de suas porosidades as relações espaciais com relação à cidade, incluída aí nessas questões o tema do acolhimento, deslocamentos e o direito a viver no centro da cidade. Como instrumentos de pesquisa estão os registros arquitetônicos que deverão ser feitos: plantas baixas, cortes, vistas, fichas informativas técnicas arquitetônicas onde constem informações básicas de estrutura, instalações elétricas, hidráulica, patologias, etc.; diários dos pesquisadores, entrevistas, levantamento fotográficos, vídeos, cartografias dos espaços de acolhimento nessas ocupações, o registro da memória das lutas das famílias pela garantia do seu direito à moradia. As ocupações a serem estudadas são: Utopia e Luta, Vinte de Novembro, Saraí, Ksa Rosa, Violeta, Povo sem medo, Vila Dique e Vila Tronco, Lanceiros Negros, Baronesa, Mirabal, Caliça. Acredita-se que o conhecimento produzido por essa pesquisa será de relevância para os movimentos sociais, e apoiadores acadêmicos de diversas áreas do conhecimento.
Título do Projeto: Mundos de Ação: Arte, Arquitetura e Política
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2019
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Descrição: Talvez mais do que qualquer outra questão, o problema da ação se encontra no centro da produção artística contemporânea. De fato, quando se estuda a produção artística que se estabelece, em âmbito mundial, a partir sobretudo da arte minimalista, o que se percebe é como o problema do fazer e do agir passa a ocupar o centro das preocupações de alguns dos mais importantes artistas contemporâneos. Esse giro performativo (porque centrado num conceito específico e altamente produtivo de performativo) não se restringiu contudo ao mundo da arte. Embora pouco estudada, a preocupação com o tema da ação (de como agir no campo do projeto de arquitetura, se se quiser, com uma outra performatividade projetual) esteve no centro da reflexão e da prática de um grupo seleto mas muitíssimo influente de arquitetos com destaque para o arquiteto estadunidense Peter Eisenman. De fato, desde os anos 1960, Eisenman vem refletindo sobre como um modelo alternativo de ação pode se materializar no campo da arquitetura uma modelo que eventualmente logre superar os limites que, segundo ele, constrangem a tradição humanista da arquitetura. O caso de Eisenman pode ser especial, mas não é exclusivo: como demonstram as obras de alguns dos mais instigantes projetistas contemporâneos, em especial Herzog De Meuron, MVRDV, e Lacanton Vasal, o problema da ação permanece desafiador e central. Este pesquisa pretende investigar e aprofundar este tema, procurando identificar como a noção de performativo se transporta para o campo da arquitetura e, assim, como problema da ação, central para a definição de uma arte contemporânea (quer dizer, não mais moderna), se desdobra e impacta algumas das mais importantes e, ainda enigmáticas, práticas arquitetônicas de hoje.
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PEDRO DUARTE DE ANDRADE
Título do Projeto: O que resta do futuro: medo, coragem e imaginação na filosofia contemporânea da história
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2024
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ – Bolsa.
Descrição: Nos séculos XVIII e XIX, emergiram as filosofias da história. Com elas, o futuro ganhou ênfase sem precedentes: Kant imaginou um Estado Cosmopolita; Hegel projetou um Estado da Liberdade; Marx elaborou o Comunismo. No início do século XX, vanguardas artísticas ainda fizeram essa aposta, como o Futurismo. Não se duvidava que o futuro melhoraria a humanidade: moral, espiritual, material ou esteticamente. Na periferia do capitalismo, como no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, o avanço para o futuro foi identificado à modernidade urbana do progresso. Boa parte da filosofia do século XX, porém, desiludiu-se com o progresso, por razões teóricas e históricas, haja vista as guerras mundiais e a bomba atômica. Walter Benjamin notou que todo monumento de cultura era também de barbárie. Hannah Arendt apontou a monstruosidade da apropriação das filosofias modernas da história pelos totalitarismos, como na ideologia evolutiva do Nazismo com uma raça superior no futuro. Por outro lado, houve a expectativa de superar a teleologia que pretendia determinar o futuro de antemão. Octavio Paz apostou que o fim da colonização do futuro traria liberdade para a busca do presente junto à poesia. Contudo, no século XXI, essa liberação para o presente tem sido experimentada como sufocamento pela ausência de futuro, como se estivéssemos condenados a uma continuidade ou repetição do que já existe. Nos termos de Jonathan Crary, o capitalismo contemporâneo, funcionando sem descanso a 24 horas e 7 dias por semana, é um exorcismo da alteridade, que é o motor da mudança histórica. Intensificado pela crise ecológica-ambiental do antropoceno, o medo do futuro ameaça a esperança, como na recente experiência da finitude com a pandemia de Covid-19. O objetivo do projeto é perguntar, neste contexto, o que resta do futuro: qual a possibilidade, ou coragem, de imaginar o futuro sem teleologia. Qual futuro resta quando, como acredita Franco Bifo Berardi, vivemos depois do futuro?
Título do Projeto: O presente e o futuro da pandemia, segundo a filosofia
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2022
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ – Bolsa.
Descrição: Desde 2020, juntamente com o alastramento da pandemia de Covid-19, a filosofia mobilizou-se intensamente para compreendê-la. Boa parte dos mais importantes pensadores do século XXI pronunciou-se sobre a pandemia, em ensaios, artigos, livros, conferências, entrevistas ou outros suportes. Constituiu-se um intenso debate da filosofia sobre a pandemia, pautado por três princípios: a atualização de conceitos que os autores contemporâneos vinham desenvolvendo em suas obras há anos; a ênfase nas dimensões políticas e sociais do fenômeno; a interrogação sobre o futuro que nos aguarda a partir daí. O objetivo deste projeto é examinar como tais três princípios aparecem em um pensamento sobre a história que toma a pandemia como o momento presente a partir do qual se compreende o passado e se especula sobre o futuro. Foi perceptível, nas análises dos filósofos, que alguns se mostraram pessimistas sobre o futuro depois da pandemia, como Giorgio Agamben; outros, otimistas, como Slavoj Žižek Filósofo esloveno; houve os que situaram a pandemia numa vasta mutação, como Bruno Latour; e os que consideraram que disputas do presente vão apenas se intensificar, como Judith Butler ? além de quem nem sequer considerou a pandemia um grande evento para pensar, como Alain Badiou. Esses são somente alguns exemplos, entre tantos outros, uma vez que este é um projeto mais temático do que autoral. O ponto, então, é que a expectativa sobre o futuro de cada pensador relaciona-se com a análise que se faz do presente; e esta, em geral, obedeceu a conceitos prévios dos autores. Nesse sentido, o objetivo deste projeto é pesquisar como a pandemia de Co-vid-19 foi entendida através de diferentes articulações da análise do presente com a expectativa do futuro, tendo em vista a temporalidade engendrada pela própria experiência singular de risco, morte, vida e confinamento, por exemplo. O projeto apresentará diversas formas pelas quais a filosofia contemporânea pensa a pandemia? mas também observará como a pandemia explicita diversas formas de pensar da filosofia contemporânea. Isso será feito para compreender o presente e o futuro da pandemia, segundo a filosofia.
Título do Projeto: A filosofia diante da pandemia: qual o valor da vida?
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2021
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2024
Financiamento: FAPERJ – Bolsa.
Descrição: Nunca antes a filosofia foi tão veloz. Respondendo a desafios da pandemia de covid-19, os principais pensadores contemporâneos escreveram sem parar sobre ela. Foram tão ágeis que seus primeiros textos são de quando ela ainda era uma epidemia. O seu aspecto global não tinha sido decretado pela Organização Mundial da Saúde. Desde fevereiro de 2020, intervenções apareceram nas mais variadas formas: artigos, entrevistas, livros, diários e conferências. Não é mera coincidência. Por trás da disseminação que fez um surto de epidemia provavelmente originado em um mercado de Wuhan, cidade na China, transformar-se em poucos meses numa pandemia mundial está o mesmo processo de globalização que fez a produção de textos filosóficos visando compreendê-la transformar-se em uma profusão de posições que circulam e se referem umas às outras. Os meios tecnológicos de transporte e de comunicação aceleraram tudo. É curioso, aliás, que o termo pan que designa o caráter global da palavra pandemia seja caro à filosofia: hen kai pan, entre os antigos gregos, era algo como tudo e um. Indicava a pretensão de pensar a totalidade do ser. Nesse contexto, o local e o global, do Rio de Janeiro ao mundo, passaram a experimentar a mesma realidade histórica, e, contudo, cada lugar o fez a seu modo, de forma singular. Constituiu-se um intenso debate da filosofia sobre a pandemia, pautado por três princípios: a atualização de conceitos que os autores contemporâneos vinham desenvolvendo em suas obras há anos; a ênfase nas dimensões políticas e sociais do fenômeno; a interrogação sobre o futuro que nos aguarda a partir daí. Levantou-se assim uma questão ética fundamental: qual o valor da vida? Este projeto de pesquisa apresentará as diferentes formas pelas quais a filosofia contemporânea pensou a pandemia e acompanhará, nos próximos anos, como ainda a pensará, a fim de compreender como podemos lidar com esta nova realidade e as especificidades locais do Rio de Janeiro neste fenômeno global.
Título do Projeto: Filosofia e pandemia
Linha de Pesquisa: HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA
Área de Concentração: HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA
Ano de Início: 2020
Natureza do Projeto: PESQUISA
Situação do Projeto: CONCLUÍDO EM 2021
Descrição: Desde o começo de 2020, a pandemia de covid-19 suspendeu o modo de vida ao qual estávamos acostumados. O contágio, as mortes e o confinamento impactaram o mundo todo. Mas, além disso, despertaram a reflexão, como mostra a publicação de dezenas de textos de filósofos contemporâneos. O objetivo do projeto é investigar filosoficamente o significado da pandemia em nossa relação com a natureza (os perigos da interferência humana naquilo que não é humano), o tempo (como se experimenta a suspensão do presente e a incerteza temerária do futuro), a política (como a estrutura social lida com a ameaça da doença), os sentimentos (de angústia, medo mas também esperança) e o saber (como pensamos algo que não conseguimos conhecer perfeitamente). Deverá ser feito, além disso, um catálogo e uma revisão crítica da produção filosófica abundante que tem surgido sobre a pandemia.