Boletim da Pós-Graduação 2016.1

Wednesday March 9th, 2016

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA

DISCIPLINAS – 2016.1

HIS 2101 – História e Cultura (Disciplina Obrigatória)
Prof. Ricardo Augusto Benzaquen de Araújo/ Prof. Diego Antonio Galeano
3ª: 16h – 19h              Créditos: 3
Ementa
A disciplina tem a intenção de discutir a cada semestre um conjunto de cinco ou seis autores significativos para as linhas em que se divide o programa de pós-graduação em História Social da Cultura.
Bibliografia Principal
DAVIS, Natalie Zemon. Nas margens: três mulheres do século XVII. São Paulo. Companhia das Letras, 1997.
HOBSBAWM, Eric. Os trabalhadores. Estudos sobre a história do operariado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
KRAUSS, Rosalind.  The Originality of the  Avant-Garde  and  Other  Modernist  Myths. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1986.
POCOCK, John G. A. Virtue, Commerce, and History: Essays on Political Thought and History. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.
THOMPSON, Edward Palmer. A formação da classe operária inglesa, V. II e III. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
__________. The Religion of China. Glencoe, Free Press, 1968.
__________. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
__________. A Ciência como Vocação. São Paulo: Cultrix, S/D.
HIS 2104 – Seminários Especiais em Teoria, Historiografia e História Intelectual
Tema: Metáfora e formações discursivas
Prof. Luiz Costa Lima
2ª: 13h – 16h              Créditos: 3
Ementa
Da concepção privilegiadora do conceito, passando por seus auges metafísico, teológico e científico, à concepção da linguagem como formação biaxial, em que conceito e metáfora têm o mesmo realce e territórios de uso distintos. Consequência da ênfase do metafórico e o estatuto das formas narrativas da historiografia e da ficcionalidade verbal.
Bibliografia Principal
Blumenberg, H. Paradigmem zui einer Metaphorologie. Frankfurt: Suhrkamp Verlag, 1998. (Trad. franc.: Paradigmes pour une métaphorologie. Paris: Vrin, 2006.
Blumenberg, H. Teoria da não conceitualidadem. Belo Horizonte: Ed.UFMG, 2013. Blumenberg, H; Beaschreibung des Menschen. Frankfurt: Suhrkamp Verlag, 2006. (trad. franc.: Description de l’homme. Paris: Lecerf, 2011. Trad. espanhola: Descripción del hombre. Madrid: Fondo de Cultura Económica, 2011.
Monod, J.C. Hans Blumenberg. Paris: Belin, 2007.
Trierweiler, D. Hans Blumenberg. Anthropologie philosophique. Paris: Presses Universitaires de France. 2010.
Costa Lima, L. Os Eixos da linguagem. São Paulo: Iluminuras, 2015.
HIS 2102 – Seminários Especiais em Teoria, Historiografia e História Intelectual
Tema: Violência, história e política
Profs. Marcelo Jasmin e Pedro Villas-Bôas Castelo Branco
2ª: 16h – 19h              Créditos: 3
EMENTA
O curso pretende discutir percepções intelectuais acerca da violência, especialmente na primeira metade do século XX. A partir de referências teóricas dadas por textos de Hannah Arendt e de Walter Benjamin, tratar-se-á da leitura de autores como Georges Sorel, Vilfredo Pareto, Sigmund Freud, Ernst Jünger e Frantz Fanon que experimentaram as mutações da violência na primeira parte do século e refletiram sobre ela.
O curso deverá ter como professor convidado Pedro Villas-Boas, professor do IESP-UERJ e da PUC-Rio, que tem se dedicado ao tema.
HIS 2136 – Seminários Especiais em Experiências e Conexões Culturais
Tema: Interpretações, perspectivas teóricas e conceitos em torno da História da África.
Profa. Regiane Augusto de Mattos
3ª: 13h – 16h              Créditos: 3
Ementa
O curso promoverá o estudo de diferentes interpretações e perspectivas teóricas em torno da História da África com base na leitura de textos de alguns autores que trataram de problemáticas relacionadas ao continente africano ou das populações africanas no mundo. A geração de intelectuais africanos, norte e centro-americanos das primeiras décadas do século XX e as interpretações que valorizavam as contribuições, sobretudo culturais, das sociedades africanas. A geração de intelectuais pós 2ª Guerra Mundial e a problemática colonial. A década de 1980 e as críticas às correntes de pensamento e aos discursos eurocêntricos. Estudos pós-coloniais e a perspectiva decolonial. Análise de conceitos como os de identidades, alteridade, etnia, fronteiras culturais, hibridismo, conexões culturais, presentes nos estudos africanos das últimas décadas.
Bibliografia Principal:
APPIAH, Kwane. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.
CÉSAIRE, Aimé. Cahier d’un retour au pays natal. São Paulo: Edusp, 2012.
____________. Discurso sobre o colonialismo. Santa Catarina: Letras Contemporâneas, 2010.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
____________. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
MBEMBE, Achille. As formas africanas de auto-inscrição. Estudos Afro-Asiáticos, ano 23, nº 1, 2001, 171-209.
MELLINO, Miguel. La crítica pós-colonial. Paidós, 2008.
MUDIMBE, Valentin Y. The invention of Africa: gnosis, philosophy and the order of knowledge. Bloomington: Indiana University Press, 1988.
PRATT, Mary Louise. Os Olhos do Império. Relatos de viagem e transculturação. Bauru: EDUSC, 1999.
SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (Orgs.) Epistemologias do Sul. São. Paulo; Editora Cortez. 2010.
SUBRAHMANYAN, Sanjay. Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII. Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais, 2012.
HIS 2138 – Seminários Especiais em Experiências e Conexões Culturais
Tema: Uma breve capital federal: o Rio de Janeiro republicano na historiografia recente
Prof. Leonardo Affonso de Miranda Pereira
4ª: 13h – 16h              Créditos: 3
Ementa
Os recentes caminhos de desenvolvimento da historiografia sobre o Rio de Janeiro. As imagens literárias sobre a capital federal. O poder municipal e a ordem republicana. Os múltiplos territórios urbanos.  A invenção da cultura carioca. A cidade fissurada e o fim de uma capital.
Bibliografia Principal
CARVALHO, Bruno. Porous City: A Cultural History of Rio de Janeiro. Liverpool: Liverpool University Press, 2013.
CHAZKEL, Amy. Leis da sorte. O Jogo do Bicho e a Construção da Vida Pública Urbana. Campinas, Editora da UNICAMP, 2014.
FISCHER, Brodwyn. A Poverty of Rights: Citizenship and Inequality in Twentieth-Century Rio de Janeiro. Stanford, California: Stanford University Press, 2008
GONÇALVES, Rafael Soares. Favelas do Rio de Janeiro: história e direito. Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2013.
HERTZMAN, Marc. Making Samba: A New History of Race and Music in Brazil.  Duke University Press, 2013.
MIYASAKA, Cristiane. Viver nos subúrbios: a experiência dos trabalhadores de Inhaúma (1890-1910). Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, 2011.
O’DONNELL, Julia. A invenção de Copacabana. Rio de Janeiro, Zahar, 2011.
SICILIANO, Tatiana. O Rio de Janeiro de Artur Azevedo: cenas de um teatro urbano. Rio de Janeiro: Mauad, 2014.
VIDAL, Laurent. As lágrimas do Rio. O último dia de uma capital. Rio de Janeiro, Martins Fontes, 2012.
HIS 2103 – Seminários Especiais em Teoria, Historiografia e História Intelectual
TEMA: História Atlântica: Debates e contribuições para uma História Hemisférica e Comparada.
Prof. Marco Antonio Villela Pamplona
4ª: 16h – 19h              Créditos: 3
Ementa
Este é basicamente um curso de leituras e discussões com o objetivo de explorar as vantagens e os desafios de uma perspectiva atlântica nos estudos sobre as Américas.
Ressaltaremos a pluralidade das transformações e a heterogeneidade dos desenvolvimentos ocorridos no mundo atlântico, mas buscaremos enfatizar, ao mesmo tempo, a possibilidade de conectar as múltiplas experiências, práticas culturais, valores e ações observados a um certo nexo de época. Discutiremos as vantagens, mas também os problemas e desafios que essa perspectiva costuma trazer para o estudo de temas comuns que transitam entre fronteiras imperiais, nacionais, étnicas, religiosas e linguísticas das diferentes comunidades que habitaram, em distintas épocas, o espaço atlântico.
Perguntamo-nos em que medida a transição da ideia de uma história atlântica, para a de uma história hemisférica pode ser de maior eficácia, como constructo analítico, para o estudo de determinados desenvolvimentos históricos iniciados nos primórdios da época moderna e continuados até os dias de hoje.
Bibliografia Principal
ARMITAGE, David & SUBRAHMANYAM, Sanjay (eds.) The Age of Revolutions in Global Context, c. 1760-1840. NY: Palgrave Macmillan, 2010.
ARMITAGE, David. “Três conceitos de História Atlântica”, História Unisinos 18 (2): 206-217, Maio/Ago, 2014.
BAILYN, Bernard. Atlantic History: Concept and Contours. Cambridge: Harvard U. Press, 2005.
BENJAMIN, Thomas, HALL, Timothy & RUTHERFORD, David (eds.)The Atlantic World in the Age of Empire. Boston: Houghton Mifflin Co., 2001.
CANNY, Nicholas & MORGAN, Philip (eds.) The Oxford Handbook of the Atlantic World, 1450-1850. UK: Oxford U. Press, 2011.
ELLIOT, J.H. Empires of the Atlantic World. Britain and Spain in America 1492-1830. New Haven: Yale U. Press, 2006.
GONZALES BERNALDO, Pilar (ed.). Independencias ibero-americanas. Nuevos problemas y aproximaciones. BA: Fondo de Cultura Económica, 2015.
GREENE, Jack P. & MORGAN, Philip (eds.) Atlantic History: A Critical Appraisal. NY: Oxford U. Press, 2009.
KLOOSTER, Wim, Revolutions in the Atlantic World: A Comparative History. NY: NYU Press, 2009.
LINEBAUGH, Peter  e REDIKER, Marcus. A hidra de muitas cabeças: marinheiros, escravos, plebeus e a história oculta do Atlântico revolucionário. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 [2001].
HIS 2122 – Seminário Especial em História da Arte e da Arquitetura
Tema: Pintura Moderna Brasileira: de Castagnetto a Jorge Guinle
Prof. Ronaldo Brito Fernandes
4ª: 16h – 19h              Créditos: 3
Ementa
O curso empreenderá uma leitura seletiva dos altos momentos da pintura moderna no Brasil. A intenção é repensar os nossos esforços, conquistas e impasses pictóricos dentro do processo histórico de modernização do país. Da inexistência, facilmente contestável, de uma História da Arte Brasileira consagrada até os dias de hoje, nos parece instrutivo reler, com olhar contemporâneo, as telas de um Guignard, por exemplo, procurando enxerga-la para além dos clichês “modernistas” que lhe são comumente atribuídos.
O curso vai se concentrar, portanto, no embate direto com as telas por nós eleitas, como as mais significativas e, eventualmente sintomáticas, de nossa modernidade.  Partindo de Castagnetto, passaremos por Segall, Guignard, Pancetti e Miguel Bakun até alcançarmos o divisor de águas, Volpi, quando conquistamos um estágio mais autoconsciente da pintura pós-cubista.  A seguir será a vez de dois fenômenos decisivos, com linguagens díspares, Milton Dacosta e Iberê Camargo. Alguns quadros de artistas consagrados que também trafegaram pela pintura, entre outras coisas, terão que ser aqui incluídos, caso de Mira Schendel e Antonio Dias. Ao final, o curso pretende analisar o construtivismo tardio, nada ortodoxo, plenamente realizado de Eduardo Sued e a produção curta e explosiva de Jorge Guinle, que nos anos 1980 repôs entre nos, em termos contemporâneos, a aventura da pintura.
Bibliografia Principal
BRITO, Ronaldo. Experiência Crítica.  São Paulo, Cosac & Naify, 2005.
NAVES, Rodrigo. A Forma Difícil. São Paulo, Cia das Letras,  1996.
HIS 2121 – Seminários Especiais em História da Arte e da Arquitetura
Tema: Arquitetura Moderna no Brasil: uma experiência
Prof. João Masao Kamita
5ª: 13h – 16h              Créditos: 3
Ementa
O curso pretende repensar a experiência moderna da arquitetura brasileira. A proposta é fazer um percurso paralelo que cruze as narrativas historiográficas consolidadas com conceitos teóricos que fundamentam as bases estéticas da modernidade arquitetônica, principalmente o conceito de espaço.
Em ternos de rediscussão historiográfica, tomaremos como ponto de interpolação a construção de Brasília, a leitura buscará incluir a tensão entre estes dois momentos de nossa modernidade, tendo como figuras de proa Lucio Costa e Vilanova Artigas. Por outro lado, será empreendida igualmente uma retomada da influência da Arquitetura de Le Cobusier, sobretudo a singular leitura dos 5 pontos da nova arquitetura que nossos principais projetistas realizaram e o modo como esta leitura eventualmente estabelece pontos de contatos com nossa melhor produção de arte moderna. Por fim, buscaremos incorporar obras cruciais, mas que pouco figuram em nossas narrativas da arquitetura moderna. Referimo-nos à extraordinárias figuras de Burle-Marx e de Lina Bo Bardi, esta só tardiamente reconhecida.
Já no que diz respeito às questões teóricas, voltaremos às origens da moderna teoria da arte para tentar perceber o momento em que o espaço como categoria estética aparece e se afirma como conceito crucial da arquitetura moderna.
Bibliografia Principal
ARTIGAS, João Batista Vilanova. Caminhos da arquitetura. São Paulo, Cosac & Naify, 1999.
BASTOS, Maria Alice Junqueira, ZEIN, Ruth Verde. Brasil: arquiteturas após 1950. São Paulo: Perspectiva, 2010.
COSTA, Lucio. Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1997
FIEDLER, Konrad. Escritos Sobre Arte. Visor, 2005.
KAMITA, João Masao. Vilanova Artigas. São Paulo: Cosac Naify, 2000.
LE CORBUSIER. Precisões Sobre um estado presente da arquitetura e do urbanismo. São Paulo, Cosac & Naify, 2004.
NIEMEYER, OSCAR. Minha Arquitetura. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2000
SANTOS, Cecília Rodrigues dos, et alii. Le Corbusier e o Brasil. São Paulo: Tessela; Projeto, 1987.
VISCHER, Robert. Empathy, Form, and Space: Problems in German Aesthetics, 1873-1893 (Texts and Documents Series).  The Getty Center For The History Of Art, 1993.
WISNIK, Guilherme. Lucio Costa. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.
WORRINGER, Wilhelm. Abstraction and Empa­thy: A Contribution to the Psychology of Style Michael Bullock. Chicago: Ivan R. Dee, 1997.
HIS 2137 – Seminários Especiais em Experiências e Conexões Culturais
Tema: História, Memória e Temporalidades
Prof. Sergio Hamilton da Silva Barra
5ª: 16h – 19h              Créditos: 3
Ementa
As diferentes temporalidades da história; a polissemia da noção de memória; memória coletiva e quadros sociais da memória; memória-sonho e memória-trabalho; a dialética entre memória e esquecimento; memória, identidade e projeto; a memória como caminho de acesso ao passado; os usos políticos da memória; a construção da metamemória; construção e preservação de um patrimônio cultural como invenção de tradições.
Bibliografia Principal
CATROGA, Fernando. Memória, História e historiografia. Coimbra: Quarteto, 2001.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
HARTOG, François. Regimes de Historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, Editora PUC-Rio, 2006.
LOWENTHAL, David. Como conhecemos o passado. Projeto História. São Paulo. nº 17, nov. 1998. p. 63-201.

Leave a Reply

Your email address will not be published.

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.